terça-feira, 16 de setembro de 2014

Just be


Estar com alguém que não se ama é abrir mão do frio na barriga quando o telefone toca, é poder dormir sem sonhos inseguros, é dominar a relação e os medos. Estar com alguém que não se ama é ter os dois pés na frente, é falar que ama sem medo de ser traído, é não correr risco de ter orgulho ferido, é sentir falta da companhia, não dos beijos, dos abraços, da atenção. Estar com alguém que não se ama é pisar em terra firme, é dar adeus a todos os fantasmas, é saber que a decepção nunca vai te alcançar, é ter certeza que o amanhã vai chegar. Estar com alguém que não se ama é realmente estar... Não ser.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

O vôo e a gaiola




Todo mundo tem asas. E, sem amarras, elas podem te levar para qualquer lugar em busca de uma realização, de um projeto, de um aprendizado, de um sonho ou, simplesmente, em busca da felicidade. Quando você voa pela primeira vez, voar se torna parte do seu sucesso como pessoa, do seu amadurecimento, da sua vontade de seguir em frente. E quanto mais asas você bater, mais respostas aparecem, mais sentido tudo tem.

E é assim que a gente segue. Sonhando, lutando, sorrindo, chorando, erguendo a cabeça, superando as quedas, encontrando novos motivos. É nessa eterna busca que a gente vai colecionando pessoas, fotografias, momentos inesquecíveis, histórias... 

Mas, no fim das contas, sorte - sorte mesmo - tem aquele que possui uma gaiola. Engana-se quem pensa que ela prende, limita, tortura. Gaiola é o lugar para se abastecer, pra se ter um descanso tranquilo, pra acordar com a mesa posta, com um beijo de bom dia e com a vontade de simplesmente ficar. 


Vá! Seja! Cresça! Busque o que falta. Mas não esqueça que no fim de toda e qualquer jornada, você pode voltar para sua gaiola.


Bom vôo! E boa sorte! 

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Existo



Desistir: Do latim, DESISTERE. DE - "fora", mais SISTERE - "parar, interromper". Do coloquial, jogar a toalha, entregar os pontos ou pedir arrego. Relacionado a: impotência, esgotamento, impossibilidade, fraqueza, dor.

Desistir nem sempre é fácil. Causa transtornos, medos, angústias e diminui a autoestima. Desistir é como olhar pra um beco sem saída e voltar todo o caminho. É dar meia-volta, é ser o que se era antes.

Mas desistir, muitas vezes, é necessário. Abrir mão de alguma coisa em prol de algo maior, não te faz menor do que niguém. Não te dá o direito de ser desprezado nem mesmo o direito de desprezar.

Desistir faz parte da rota, faz parte do aprendizado, faz parte da história do homem. Desista! Desista sim! Mil vezes. Quantas vezes for necessário. Só não se sinta mal por isso. Só não se martirize. A vida é muito maior do que algumas desistências. E, quando você menos espera, percebe que elas foram responsáveis por muitas das alegrias que você tem hoje.

Existo, desisto!



terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Eles, sempre eles



Eles me ensinaram que casamento não é fácil, que as dificuldades são diárias e que, entre uma briga e outra, alguém sempre sai mais machucado. Eles me ensinaram que a fidelidade, a confiança e o amor podem até quebrar, mas se os dois realmente quiserem, os pedaços são colados de forma que fiquem ainda mais fortes. Eles me ensinaram que, com o tempo, a beleza, a juventude e a saúde vão embora, mas o que é realmente importante o espelho não é capaz de refletir. Eles me ensinaram que, aos poucos, a alimentação muda, que o sal e o açúcar têm que ser dosados e que você pode até odiar uma comida, mas vai cozinhá-la todos os dias só para satisfazer o seu companheiro. Eles me ensinaram que uma casa pode ser humilde e pequena, mas se houver amor e água no feijão, sempre cabe mais um. Eles me ensinaram que, no fim da vida, a gente fica mais rabugento e que há momentos que você mal consegue olhar pro rosto do outro, mas não há coisa melhor do que deitar a cabeça no travesseiro e saber que você tem alguém. Alguém com quem contar, alguém com quem reclamar do preço da farinha, alguém para passar o resto dos seus dias... Obrigada por me ensinarem, em especial, que a construção de uma família forte independe de conta bancária, porque o laço vai muito além disso. Amo vocês!

Numa tarde de outubro



Às vezes a gente acha que tem tempo pra tudo. Tempo pra pedir desculpas, tempo pra aconselhar, tempo pra conversar, tempo pra dizer eu te amo... Mas aí vem a vida, feroz e bandida, mostrando que não é bem assim. Ontem, no caminho para o seu velório, vi o pôr do sol mais lindo. Era um laranja queimado, como nossos lápis coloridos. Ali, você se despedia. Ali, um brilho se apagava.

A gente sabe que você vinha passando por uma fase difícil, meio inconsequente, meio espalhafatosa. Mas quem vai abrir a boca para te julgar? Quem é capaz? Quem nunca errou? O importante é que não te abandonamos. Nossa vó, feita de um material que hoje não existe mais, nunca te abandonou. E eu sei que nela você depositava toda força, toda vontade e toda coragem de viver.

Não era a morte que você procurava. Era uma vida sem preconceitos, sem medos, sem limites. Foi na busca dela que você se perdeu em Terra... Mas acaba de se encontrar nos braços do nosso Deus, todo poderoso, que eu tenho certeza que você levou no seu coração até o último suspiro.

De você, guardarei uma infância doce, repleta de brincadeiras e de amor. De você, guardarei uma busca incansável pela felicidade. De você, guardarei olhos castanhos ternos e sinceros. De você, guardarei uma coragem que poucos têm. De você, guardarei a ânsia de viver, de viver e de viver. Sempre mais. Sempre intensamente.

Vai ser difícil. Vai ser difícil pra nossa vó em especial. Mas eu sei que até longe, você vai cuidar dela. E eu? Só posso prometer que também cuidarei. Você cuida daí e eu cuido daqui. Combinado?

"Não é sempre, mas eu sei que você tá bem agora. Só que esse ano o verão acabou cedo demais...".

Saudades eternas. Descanse em paz, primo!

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Receita


Não é nada fácil ter um relacionamento com alguém. Primeiro, porque tem o passado de cada um (ex-namorados, traições, amigos com benefícios), a história de cada um (quanto ele amou, quanto ele mentiu, quanto ele errou) e a família de cada um. Porque por mais que se diga que você namora com a pessoa e não com a família, ela vai ser essencial para o sucesso ou insucesso da coisa. Vá por mim!

Tenho me perguntado muito sobre o que é necessário para um relacionamento dar certo. E cheguei a conclusão que tudo, tudo mesmo, se resume em três palavras: amor, respeito e segurança.

Amor, porque é amor. Não precisa de explicação, de justificativas, de motivos. Ele acontece pra unir, pra começar histórias e pra colocar todo o toque bonito e ardente no negócio.

Respeito porque é a base tudo. Não importa quanto amor você tenha, se não houver respeito, não há relação. Conheço muitos casais que se separam por falta de respeito e não de amor. Afinal, às vezes é difícil abrir mão de certas atitudes ou comportamentos pelo outro. É difícil desperdiçar boas oportunidades pensando no outro. É difícil segurar o palavrão na hora da raiva. É difícil não gritar num momento de tensão, concorda? Mas respeitar é renunciar, é entender o espaço do outro, é apoiar, falar de igual pra igual. Só que quando ele acaba, não tem amor que aguente.

E, por último, segurança! A segurança no outro é importante, mas não é dessa que falo. É preciso ter segurança em si mesmo, para erguer a cabeça quando o amor ou o respeito acabarem - se acabarem. Segurança em saber que existem milhões de pessoas no mundo que moveriam céus e terras para te ter ao lado. Segurança em entender que VOCÊ sempre merece o melhor e que vai encontrar alguém mais certo que o anterior. Segurança para não ter medo de enfrentar o novo, o desconhecido. E segurança para estar num relacionamento sem temer a falta, sem desespero, sem agonia.

Amor e respeito são importantes. Mas a segurança em você é o ingrediente final pra tudo dar certo.

Se ame, se respeite, seja seguro no que você é e no que tem de melhor! O resto se constrói ou simplesmente acontece.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Geração Coca-Cola



Ontem pela manhã, assim como os dias anteriores ao protesto que reuniu 100 mil pessoas nas ruas do Rio de Janeiro, estava um clima tenso nas redes sociais. Muitas fotos de pessoas feridas e palavras nada convidativas, como gás lacrimogêneo, vinagre, fogo, fumaça e afins. Eu mesma já estava embriagada com tantas coisas ruins numa timeline só. A questão é que, no decorrer do dia, tais imagens e palavras serviram para incitar o orgulho de ser brasileiro, o patriotismo, a coragem, a revolução! De repente, estava todo mundo cantando “Strawberry Fields Forever”, o hino do Brasil ou pelo menos parte dele, lutando pelos direitos desse povo sofrido, indignados com a corrupção, com a violência e com o desrespeito que muitas pessoas sofrem (pelos poderosos ou não). Lindo, muito lindo de se ver!

 Mas aí comecei a notar quem estava falando o quê. E fiquei impressionada quantas pessoas politicamente corretas havia no meu feed de notícias. De repente, somos pessoas iguais, sem intolerância, unidos, brasileiros, cheios de orgulho. Mais uma vez, que coisa boa de se ver! Sou a favor de todo e qualquer tipo de protesto, de manifestação, de luta por direitos. Mas, confesso, que não lido e nunca lidei bem com hipocrisia. Vi muita gente falando sobre direitos iguais, sobre respeito e sobre orgulho de viver na Pátria amada, idolatrada, salve, salve! Mas que não perdiam a oportunidade de xingar homossexuais, desrespeitar a religião do próximo ou, até mesmo, levar vantagem sobre os outros de alguma forma. Que tipo de pessoa é essa? Que vai pras ruas, veste branco, apoia o movimento, mas que na primeira chance, viola o direito do outro? Isso, caro amigo, eu nunca vou entender! Só que, como disse uma amiga minha ontem, melhor hipócrita indo pra rua, levantando o bumbum da cadeira para apoiar uma causa de bem maior, do que hipócrita que não faz nada. Palmas! É isso mesmo!

 Espero eu - do fundo do coração - que todos colhamos bons frutos desta revolução, até mesmo os hipócritas. E que tudo o que as pessoas estão levando pra rua hoje, também venham da rua para dentro de casa, para dentro de cada um. Respeito não é só com quem te convém. Igualdade não é só de direitos. Que essa união, essa coragem, essa verdade, faça com que levantemos o bumbum da cadeira SEMPRE, pra ajudar quem precisa, pra defender quem está sendo oprimido. E no DIA-A-DIA, não só num movimento de milhares de pessoas ou só para postar nas redes sociais, como comentou outro amigo meu – muito sagaz, por sinal - ontem.

 Como diria meu amado Renato Russo:
 “Depois de 20 anos na escola 
Não é difícil aprender 
Todas as manhas do seu jogo sujo 
Não é assim que tem que ser 
 Vamos fazer nosso dever de casa 
E aí então vocês vão ver 
Suas crianças derrubando reis 
Fazer comédia no cinema com as suas leis 
 Somos os filhos da revolução 
Somos burgueses sem religião 
Somos o futuro da nação Geração Coca-Cola